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quinta-feira, 3 de abril de 2008

CURTA O CURTA!! RIO DE JANEIRO

Pare, olhe, escute RJ, 2006, 13’, dVd. de Carlos Augusto e Zé. Quantas imagens, quantas sensações, uma imagem evoca ? O documentário “Pare, Olhe, Escute” é uma busca por signos e sentimentos, evocados por algumas imagens, pintadas nas ruas dos subúrbios da cidade. O apresentador do filme, Zé, também um de seus diretores, ao entrevistar os passantes, não se permite apenas perguntar se as pessoas querem falar a respeito da arte encravada nos muros da cidade, ele quer buscar um sentimento verdadeiro. Ele afirma odo o tempo o que está sentindo. Numa seqüência, quando entrevista um senhor que vê nas imagens a representação de um trabalhador rural, ele fala para a câmera (para o público ou para o operador da câmera, que é provavelmente um companheiro de vida de rua), que não chora há muito tempo, aproveitando por agradecer a equipe por aquela experiência. A imagem que ele viu, as lágrimas no olho do senhor que acaba de ser entrevistado, é o sentimento verdadeiro que ele busca, usando a arte da rua como uma metáfora para um sentimento real e espontâneo, que pode ser criado pela arte. Mesmo que possa parecer num primeiro olhar um repórter ingênuo, com uma abordagem displicente, o que Zé está buscando (não é possível saber através do documentário se é uma busca consciente ou não) é por um sentimento verdadeiro através da arte da rua. Esta sutileza torna o trabalho muito mais doque uma reflexão sobre história da arte ou a função da arte, o grafite de rua e sua significação para quem o vê, e acaba se tornando um documentário sobre seu próprio realizador, sobre seu inconsciente, sua sensibilidade e visão de mundo. (Chico Serra)

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